RUMI

 


 

 

 


 

 

 

 

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Jalal al-Din Mohammad Ibn Mohammad Ibn Mohammad Ibn Husain Al Rumi


Al Rumi Jalal al-Din Mohammad Ibn Mohammad Ibn Mohammad Ibn Husain Al Rumi nasceu em Balkh em 1207 (atual Afeganistão). Seu pai Baha al-Din era um sábio religioso muito famoso, sob sua tutela, Al Rumi recebeu sua educação primaria com Syed Burhan-al-Din. Quando estava com a idade de aproximadamente 18 anos, sua família (depois de várias migrações) finalmente decidiu ficar em Konya ele estava com 25 anos de idade, Al Rumi foi enviado para a cidade de Aleppo para o ensino superior e mais tarde para a Damasco. Al Rumi continuou com a sua educação até a idade de 40 anos, Al Rumi após a morte de seu pai sucedeu-o como professor na famosa Madrasah da cidade de Konya, por aproximadamente 24 anos. Recebeu seu treinamento místico primeiro das mãos de Syed Burhan al-Din e mais tarde ele foi treinado por Shams al-Din Tabriz. Tornou-se famoso por sua introspecção mística, seu conhecimento religioso e como um poeta, ensinava um número grande de pupilos em sua Madrasah e também fundou a famosa Ordem Maulvi em Tasawwuf. Morreu em 1273 em Konya, que subseqüentemente tornou-se um lugar sagrado para os dançarinos dervixes da Ordem Maulvi.

Sua contribuição mais importante está na filosofia Islâmica e Tasawwuf, foi um grande poeta, e ficou muito conhecido especialmente pelo seu famoso livro Mathnavi.

Este livro, é a maior exposição mística em verso, discute e oferece soluções a muitos problemas complicados em metafísica, religião, ética, misticismo, etc. Fundamentalmente, o Mathnavi destaca os vários aspectos do Sufismo e seu relacionamento com a vida mundana.

Para isto, Al Rumi tira numa variedade de assuntos e deriva numerosos exemplos da vida cotidiana. Seu assunto principal é o relacionamento entre homem e Deus, ele aparentemente acreditou no Panteísmo e retratou as várias etapas de evolução do homem na sua viagem em direção ao final.

À parte do Mathnavi, ele também escreveu seu Divã (coleção de poemas) e Fihi-Ma-Fih (uma coleção de ditos místicos). Entretanto, é o Mathnavi que em grande parte transmitiu a mensagem de Al Rumi. Logo depois de sua conclusão, outros sábios começaram seus comentários e detalharam, o que escreveram dele, para interpretar suas propostas que eram ricas em Tasawwuf, Metafísica e Ética, vários comentários em línguas diferentes foram escritas desde então.

Seu impacto na filosofia, literatura, misticismo e cultura, foi tão profundo que por toda a Ásia Central e países Islâmicos quase todos os sábios religiosos, místicos, filósofos, sociólogos e outros, refletiram sobre seus versos durante muitos séculos.

Problemas dos mais difíceis nestas áreas pareciam ficar simplificados sobre a luz de suas referências. Sua mensagem inspirou a maior parte dos intelectuais da Ásia Central.


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MEVLANA JALALUDDIN RUMIMevlana Jalaluddim Rumi nasceu em Balk, antiga Pérsia e atual Afeganistão, emsetembro de 1207. Seu pai, Bahauddin Walad, foi um dos maiores eruditos de seutempo, conhecido como Sultan Ulema, o Sultão dos Sábios e teve influência decisiva naformação de Rumi. Na iminência da invasão mongol, Bahauddim migrou ao longo de alguns anos com suafamília. Durante essa peregrinação, Rumi - em sua infância e adolescência - presenciouo encontro de seu pai com grandes mestres do Sufismo, como Faraddudim Attar. Havia uma disputa entre os sultões e califas pela presença de seu Pai. Todos queriamconstruir Madrassas (escolas) para acomodar Bahauddin e sua família, e manter emsuas cidades esta grande eminência. Mas foi em Konia, na antiga Anatólia e atualTurquia, que Bahauddim e sua família se estabeleceram.Rumi passou por uma formação clássica que abrangia todas as áreas de conhecimentoIslâmico. Ele estudou Gramática, Jurisprudência, Comentário Corânico, as tradições doProfeta, Teologia, Filosofia, Matemática, Astronomia, e foi introduzido aoconhecimento e prática do caminho Sufi. Foi enviado por seu pai às melhores escolas elogo, passou a ser reconhecido pela profundidade e brilhantismo de sua compreensão.Com a morte de seu pai, Rumi assumiu a sua madrassa aos 24 anos. Ele erareverenciado por todos seus discípulos, e a população em Konia o chamava de Mevlana(nosso mestre). Para compreender melhor a influência de Bahauddim sobre Rumi, segue abaixo umtrecho de seu livro, o Maarif:Se Deus diz ‘Nós’, significando EU SOU, então qualquer pronome que euutilize se torna supérfluo. As designações caem como pétalas. A sabedoriavem e eu sinto tamanho deleite a me transbordar, que temo perder meussentidos frente a isto. Eu digo a mim mesmo: amante, amado e os outroscaminhos do amor não são uma única coisa?Da mesma forma com os atributos Divinos e os seres humanos, existe aunidade no Amor. No coração não existe espaço para diferenciação, somenteunidade e o Amado. Eu desistiria de livros e posses, das minhas virtudes ereputação, tudo por um único momento dentro desta presença.Após a morte de Bahauddim, seu antigo discípulo Burhaneddin, veio a Konia paracompletar o treinamento de Rumi. E durante muitos anos, mesmo mantendo a madrassae seu papel na comunidade, Rumi devotou-se a Burhaneddin e já demonstrava odesenvolvimento do elemento que iria tornar-se central em sua vida, a compreensão dopapel do Mestre, Amigo e companheiro de Jornada como reflexo da Perfeição e doAmor Divino.Após a morte de Burhaneddin, sentindo-se maduro, Mevlana assume integralmente seupapel na madrassa como Mestre, e sua fama e renome espalham-se para além dasfronteiras de Konia.E então surge Shamsuddim Tabriz, o homem que iria transformar Mevalana JalaluddinRumi no mestre que renovou o caminho místico e influenciou outros professores eescolas além das fronteiras do Sufismo ou do Islã. Shams continua sendo uma figuraenigmática, a quem muitos atribuem diversas origens e lendas. Alguns o associam à -------------------------------------------------------------------------------- rumi Pictures, Images and Photos

tradição Ismaelita e sua forte influência Persa, outros aos Malamati, grupo Sufi que foichamado de Povo da Culpa por seu comportamento pouco. Mas isto é apenas conjectura, pois naquela época, o Sufismo ainda apresentava muitavivacidade e liberdade e ainda não havia sido formatado em escolas, ordens oulinhagens, fenômeno que demorou um século para acontecer. Os mestres e dervixesperegrinavam pelas cidades mesclando conhecimentos e interagindo de forma maislivre. As Madrassas e outras instalações serviam-lhes de acomodação, mesmo sefossem dirigidas por outros mestres. Por causa dessa mescla tornou-se possível o resgatedas tradições antigas e o florescimento de um conhecimento novo. Na época de Rumi o caminho Sufi era dividido basicamente em duas linhas. A primeira,chamada de caminho dos sóbrios, com origem nos primeiros Sufis de Bagdá, queprezava o caminho do conhecimento e auto-controle e tentava manter-se em bonstermos com a ortodoxia. Este caminho está geralmente associado ao nome do grandemestre Junayd, e tem em figuras como Al Gazalli um exemplo posterior. O outro caminho, conhecido como caminho dos “Loucos de Deus”, ou bêbados, estáassociado aos grupos de Basra e ao nome de Bayazid Bistami, e tem em Al-Hallaj, quefoi sentenciado à morte, um expoente posterior.Rumi já havia percorrido o caminho dos sóbrios e vinha vivendo de acordo com seuspreceitos. Porém, a partir de seu encontro com Shams, ele descobre a dimensão doAmor, um estado tão celebrado pelos “Loucos de Deus”.Mas é importante ter em mente que Rumi e Shams não devem ser associados com umou outro destes caminhos. Shams era um sufi solitário e selvagem, que desdenhava daincompleitude daqueles que se aprisionavam a qualquer dos dois caminhos. Um mestre,para ser digno desse título, deveria aniquilar-se na verdade e queimar suas concepções arespeito do caminho místico. Shams, que em persa significa Sol, buscava um companheiro que compreendesse seuardor, e se transformasse ele também, em fogo. E para que Rumi pudesse atingir suaplenitude, ele precisava queimar, tornar-se um sol. É o próprio quem Rumi diz: “Euestava cru, e quando encontrei Shams fui cozido e me consumi”.Mevlana, como no trecho do Maarif citado acima, abandonou os livros, o estudo, seusdiscípulos e reputação para mergulhar na presença de Shams. É nesta época que Rumi éintroduzido aos Giros e às cerimônias de Zikr, e de sua madrassa começa a transbordara música e poesia.Mas da mesma forma com que surgiu, Shams some repentinamente, deixando Rumi serconsumido no fogo do Amor e da Saudade que ele o havia apresentado e que suaseparação abrasava. É de seu desespero que brotam suas poesias, que lamentam a saudade e a separação doAmigo que havia se tornado o espelho para sua alma, e em cujos olhos ele contemplavao Amor que buscava.Shamsuddin está eternamente vivo em meu coração.Shamsuddin é a generosidade de toda alma.Shamsuddin é o brilho do dia,Shamsuddin é céu que gira.Eu não sou o único cantando, Shamsuddin, Shamsuddin!Os rouxinóis cantam dos jardins,
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E os falcões nas montanhas.A beleza da noite estrelada é Shamsuddin.O jardim do Paraíso é Shamsuddin.O Amor, a compaixão e a gratidão são Shamsuddin.Ó Deus, mostre-me aquele local interno,Onde sentamos juntosCom Shams entre nós e eu ao seu lado.Ó Shams, você é a esperança de todo coração,Aquele por quem todo amante espera.Ó Shams, retorne!Não deixe minha alma em ruínas!Rumi enviou discípulos e o próprio filho em busca de Shams, apelando por sua volta. Equando seu filho retorna com Shams, novamente eles mergulham em seus mistérios,transformando um ao outro. Mestre e discípulo, amante, amado e amigo, todos oslimites se consomem na plenitude da Presença divina.O amigo é o espelho para Alma,Não respire na face do Espelho, ó minha alma!Pois o espelho da alma nada mais é que a face do Amigo.A morte de Shams também está envolta em mistérios e alguns autores sugerem que eletenha sido assassinato por discípulos invejosos. Depois da morte de Shams, Rumimergulha na saudade novamente e se deixa consumir por inteiro. Mas desta vez emergepleno na compreensão de que a separação é somente um véu, imposto pelo próprio serhumano que insiste em perpetuar sua cegueira e ignorância. Ele vê que a luz quecontemplava em Shams era a Luz da Presença Divina em si, e também a Luz de suaprópria Essência. Nesta transformação, Mevlana pode contemplar a própria realidadecomo expressão da unidade, que revela eternamente a beleza e perfeição divinas. É deste processo que nasce toda sua arte. Nasce também o caminho que ele incita o serhumano a percorrer, composto da busca pela compreensão da potencialidade humana edas amarras que o aprisionam aos níveis mais baixos da expressão do seu eu. Esta é aparte crucial de seu legado, que muitas vezes é ignorado devido à apreciação meramentepoética e superficial de seu ensinamento. Ó tolo, que com centenas de consentimentos e com teus próprios pésIngressas em uma jornada em direção a um destino cruel!E em teus caprichos buscas estes sonhos de riqueza, poder e domínio!Fale de Ti mesmo agora!Tu possuis uma essência humana ou a essência bestial de um asno?Não vês claramente o mal dentro de ti,Ou então, irias te odiar com toda tua alma!Mas se Mevlana acusa com rigor e indignação, também instrui e orienta. Ele traz arecordação da real dimensão pessoal e também de sua total potencialidade. Ele agita asalmas a romperem os grilhões que as aprisionam, abrasando os corações com arecordação do verdadeiro amado. Ouve, presta atenção novamente ó viajante!Está tarde e o sol da vida está se pondo.
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Enquanto você ainda tem forçasBata suas asas vigorosamente.Cuidado!Não diga Amanhã!Porque muitos amanhãs já se passaram.Não deixe que os dias de semeadura passem todos.Rumi penetra na taverna dos amantes compartilhando o vinho do amor divino,declarando as belezas e perfeição do Amado. Mas esta dimensão não deve ser associadacom os êxtases que levam à perda de consciência, ou à dimensão dos “loucos de Deus”,que tanto atiçam as fantasias dos aspirantes nessa jornada. Na presença de Deus estaembriagues nada mais é que a sobriedade última da contemplação de Sua Face. Por isso,Rumi declara ser necessária maturidade para trilhar o caminho do Amor, assim comopara aprender os segredos do Giro. Pois mesmo ele, só foi iniciado nestes mistérios apóslongos anos de treinamento e transformações.Ó irmão,Traga o puro vinhoDo amor e da liberdade.Sirva o Vinho,Pois a vida sem AmorNão é nada a não ser morte lenta.*O chão e o teto dos CéusEstão todos tingidos com vinho!Mas quem jamais viuUm único copo de vinho em nossas mãos?Para se aproximar de seu ensinamento é necessário penetrar no real significado docaminho que ele apresenta. Mas, o real significado deve ser buscado muito além de umaapreciação superficial. Ibn Arabi, um Sufi reconhecido como um dos maiores místicosda História e cujo enteado e discípulo, Sadruddin Konevi, foi amigo de Rumi, diz: “Omístico não pode indicar sua dimensão a outros homens; ele pode apenas indicá-lasimbolicamente para aqueles que começaram a experimenta-la por si próprios”.Esta trajetória não se limita a leituras e aquisição de conhecimento, seja intelectual oupoético. É necessário que haja uma transformação que nasce a partir do esforço emmudar a si mesmo e desenvolver as suas potencialidades latentes.A morte de Mevlana aconteceu em 17 de Dezembro de 1273, e segundo as descrições“transportaram seu corpo através da cidade, o povo e os nobres descobriram a cabeça,mulheres, homens e crianças assistiram ao seu enterro. Estavam presentes membros ediscípulos de comunidades e nações distintas - cristãos, judeus, turcos, árabes e gregos -cada qual com seu livro sagrado. Leitores do Corão liam belos versículos, os sacerdotesrezavam as preces da ressurreição com voz melodiosa, grupos de músicos recitavam ecantavam versos e canções compostos por Mevlana.”Mas para Mevlana a morte é o dia do retorno ao Amado, e deveria ser celebrada como ocasamento da alma com Ele. Em suas próprias palavras: “Prazerosos, alegres, ébrios,aplaudamos o encontro final com o Amado”.Além do Mathnavi, sua maior obra, ele deixou poesias que foram copiladasposteriormente, sendo a mais famosa, o Divan. Rumi também escreveu o Fihi-ma-Fihi
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que é uma compilação de aulas e ensinamentos sobre diversos temas dirigidosdiretamente a seus discípulos. O impacto de sua obra exerceu transcendeu os limites do Sufismo e do Islão. Auniversalidade e humanismo de suas idéias e posturas foram responsáveis por reunir àsua volta discípulos de todas as religiões e tradições. Após sua morte, seu exemplo econhecimentos foram perpetuados, influenciando não apenas todos os grandes místicosda história, mas artistas, filósofos e pensadores.O que distingue sua poesia e idéias, bem como sua trajetória pessoal, é a formaapaixonada com que buscou, nas expressões da Beleza e do Amor, os elementosintrínsecos da relação do homem com o Criador e com a própria criação. Rumi busca esta Beleza na música, no Giro dervixe, na poesia e em toda forma de arte,mas principalmente na própria vida.Mevlana é o poeta do Amor, mas de uma forma de amor que não está baseado emfantasias e ilusões, mas na luta desesperada e apaixonada da alma em encontrar aVerdade. E nessa luta é possível atingir a compreensão de que tudo o que separa a almade seu objetivo é a própria incapacidade do ser humano em atingir sua plenitude.Somente após remover os véus causados pela própria cegueira é que será possívelpenetrar nesta saudade e amor, que faz girar o universo, eternamente inebriado pelabeleza e perfeição.Sou a névoa da manhã e a brisa da tarde.Sou o vento na copa das árvores e as ondas contra o penhasco.Sou todas as ordens de seres, e galáxias girantes,a inteligência imutável, o ímpeto e a deserção.Sou o que é e o que não é.Tu, que conheces Jalaludin.Tu, o Um em tudo,Diz quem sou.Diz: eu souTu.

 

 

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